Sérgio Siqueira Blog

Sérgio Siqueira - Jornalista como todo mundo e publicitário como qualquer um.

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Brasileiro, jornalista,viciado em liberdade de credo, pensamento e expressão.

9.5.07

(Foto: Reuters)
PRIMEIRO ROTEIRO PAPAL NO BRASIL
RESPEITO É BOM...
Pra início de conversa, o nome do papa é Benedetto XVI. Para os brasileiros mais íntimos é o já paulistano Bento 16. Para evitar maiores intimidades, fica aqui como Benedetto.
E estamos conversados.
PORTA ABERTA
Aeropapa - um avião da Alitália sempre à disposição do Sumo Pontífice - parado na pista há mais de meia-hora e o Datena se prende a gritar na TV Bandeirantes: - A porta do avião está se abrindo! A porta do avião está se abrindo! O anúncio ficava entre um grito de alerta e o anúncio de um milagre. - Não é verdade?!?
BENDITA NARRAÇÃO
O tom do narrador dava a impressão de que estavam abrindo a porta do céu. Parecia que, quase morrendo de emoção, o locutor poderia entrar no Jardim do Éden por ali mesmo.
BEIJOS
Mais precavido que seu antecessor, Benedetto XVI não beijou o solo. Em compensação, dona Marisa Letícia – com olhar de 1a. Comunhão - beijou seu anel.
A ZORRA AÉREA CONTINUA
Para variar, a Infraero errou o horário da chegada do Papa. Benedetto XVI chegou depois do vôo anunciado pelo porta-voz oficial do aeroporto. O biruta pensou que um aeroplano de carreira da Alitália que taxiava pelo campo de aviação era o Aeropapa. Ainda assim o papa chegou antes do que estava previsto no Brasil. Tem gente jurando que Frei Galvão deu uma mãozinha.
SEM TURBULÊNCIA
Não houve nenhuma turbulência no vôo de Benedetto XVI. O Aeropapa não precisou sobrevoar as torres gêmeas do Congresso nacional, em Brasília.

RISCO ZERO
Viajar no Aeropapa não tem erro: “...o papa é infalível”. E nem há risco de acidente, ele é vitalício.

REZA ZERO
São Paulo lançou o Programa Reza Zero. Não valeram de nada os apelos feitos pela prefeitura paulista ao Cacique Cobra Coral para "dar um jeito" no clima da paulicéia. Garoava, como sempre, em São Paulo; estava frio e ventava. Teve cristão que ao invés de gritar Papa Bento! Papa Bento! Bradava com toda intimidade Pára-vento! Pára-vento!
TINTIM
Do jeito que Lula o saudou, em português, o papa – que fala 10 idiomas – entendeu tudinho, tintim por tintim. O discurso pareceu-lhe um dialeto italiano. Não leve a coisa do tintim por tintim pra outro lado. Não se trata de nenhum brinde. E o papa não bebe em serviço.
UM É BOM...
Falando em português, com um sotaque muito melhor que o de Henry Sobel, o papa leu com perfeição o seu improviso. Não falou em Frei Galvão. Pombas, um santo para esse Brasil de hoje já é muito; para Roma, é só mais um.
40 POR 40
Bastaram apenas 40 minutos em solo brasileiro para Benedetto XVI fazer-se entender com muito mais clareza do que Henry Sobel conseguiu fazê-lo depois de 40 anos por aqui. O papa deu um nó no sotaque do rabino.
POLIGLOTA
Ler em português, o papa lê muito bem. Já para conversa ao pé-de-ouvido o papo do papa é outro.
A BEIJOQUEIRA
Na hora em que as autoridades brasileiras convidadas e os bispos mais chegados à festa faziam o beija-mão de boas-vindas ao papa, Lula e dona Marisa Letícia ficaram só bispando. Mostraram surpresa diante da figura exótica de uma madame beijoqueira, de chapéu preto, meias idem, óculos de grife e uma saia tipo assim entre príncipe de Gales e kilt. Quando ela estendeu cumprimentos ao presidente, Lula até que foi comedido: - Como vai, Elke Maravilha?
UM PAÍS AMIGO
A Petrobrás é o mais novo país amigo do Brasil. Diante dos últimos danos Morales, foi proclamada independente do governo brasileiro, pelo próprio Lula que não quer saber dos gases de Evo. Como blog também é cultura, saiba: a Petrobrás é um estado maior que o Vaticano. E quase tão rico.

OS BENEDITÍSSIMOS
Enquanto o Brasil se distraía com Benedetto, deputados e senadores se beneditavam com um aumento de mais de R$ 4 mil nos seus salários. Só com esse aumentinho cada um deles vai ganhar até o fim deste ano R$ 28 mil. O equivalente a 7 anos de trabalho de um operário. I la nave va!
O PAPA TEM RAZÃO
Benedetto XVI não gosta de política, nem lida muito com políticos. É que metade deles acende uma vela pra cada santo; e o resto, oferece uma vela pra Deus e outra pro diabo.