Sérgio Siqueira Blog

Sérgio Siqueira - Jornalista como todo mundo e publicitário como qualquer um.

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Brasileiro, jornalista,viciado em liberdade de credo, pensamento e expressão.

20.8.07

Pronasci - Promessa Nascional de Segurança?!
Ainda Morro de Rir...
  • Genro – o Tarso de Lula na Justiça – lançou o PAC da Segurança Pública. Nada de novo. O povo continua esperando segurança na privada.
  • Com o PAC da Segurança - Pronasci, a elite se salva; o povo tem ressalva.
  • A notícia é boa para a construção civil e ruim para a ocupação urbana: vêm aí mais presídios e um polícia em cada esquina. O MST, seu braço estendido o MLST, a CUT, a CGT, a UNE, não vão gostar.
  • O programa vai repassar aos estados mais de R$ 6 bilhões em nove anos. Diz que até o fim deste ano joga R$ 400 mil em cima da mesa. O esforço maior está concentrado na construção de presídios para jovens de 18 a 24 anos, além de penitenciárias femininas. Tarso, o Genro de Lula, demonstrou que o Programa vai aumentar o efetivo de policiais federais e rodoviários. Quer dizer, para o governo Lula a segurança pública se traduz no aumento das legiões policiais e na proliferação de presídios para botar jovens e mulheres atrás das grades.
  • A primeira etapa, que deve se arrastar por um ano, é chamada de “pacificação”, a mesma denominação que as tropas da ONU usam e abusam no Haiti. O programa tem a nítida intenção de separar os policiais do resto da sociedade. O governo Lula pode estar começando então uma verdadeira ocupação militar das periferias dos grandes centros urbanos. Quem vai acabar ficando no meio do bala-com-bala serão os mais pobres. O programa, assim, tem tudo para subir o morro e aprofundar as desigualdades sociais.
  • Na parte que trata do combate ao crime organizado, não há um artiguinho sequer sobre devassa nos ministérios, check-up nos organismos putrefatos da coisa pública, nem nas salas de aspones e muito menos aparece um item qualquer que proponha o fim da imunidade para políticos e autoridades de esquina.
  • O programa na TV estava chato, mas aí foi a vez de Lula começar seu improviso escrito. Saudou – dentre as ditas figuras ilustres – aquele a quem chamou de “meu caro Renan Calheiros” e, logo em seguida, prometeu combater o crime organizado. Já foi ficando bom.
  • Tá bem, Lula não tem culpa, mas ele leu assim e achou que estava certo: Pronasci. Pronasci é demais. Só pode ser Promessa Nascional mesmo...
  • De saída, elogiando o lançamento do Pronasci, Lula – como é de sua natureza popeyana- espinafrou: “Tem gente no Brasil que tem mania de torcer pela desgraça”. Torce não, presidente. Vota.
  • Lula falou para governadores, prefeitos e aloprados devidamente aconchegados no salão de atos do Palácio. Ninguém vaiou. A platéia fingiu que acreditou e, tímida, aplaudiu. Foi uma cena engraçada de se ver em casa.
  • Mais engraçado foram os aplausos. Teve até quem bateu palmas para mais uma promessa. Ficaram felizes com a perspectiva de cobrar a dívida. Confesso que ri. Foi um sorriso amarelo. Quase manchou o tapete.
  • A peroração foi escassa. Não havia muito que fazer, além do que estava a prometer. Faltava o fecho. E ele veio com o ar confiado de costume: “Estamos apostando todas as nossas fichas na segurança pública”.
  • E assim, esquecido de que o jogo é proibido no Brasil, o governo Lula chegou ao petit finale tecendo loas ao programa de seu Tarso: “Estou certo de que o brasileiro vai poder confiar no Brasil e no governo”. De novo, não me contive. Chorei de rir. Um dia desses, ainda morro de rir.