União partidáriaNa euforia do prolongado
day after, Lula está convencido de que sua retórica basta para unir todos os partidos brasileiros em torno de seu governo. Pensa que os milhões de votos que recebeu cabem todos dentro das sedes partidárias e do Congresso Nacional.
TucanagemA oposição não quer conversa com Lula. Com a reeleição, ela ficou atucanada. Está fazendo tucanagem com o governo.
TapetãoO senador Agripino Maia, do PFL potiguar, disse no plenário do Senado que Lula quer fazer dos partidos de oposição um grande “tapete para esconder mensaleiros, vampiros, sanguessugas, dossiês fajutos e cartilhas nunca editadas”. Para Agripino, “o que dá legitimidade à vitória não é o resultado das urnas, é o desempenho do mandato”.
DiferençasZé Serra já mostrou que o sinal é vermelho para o trânsito que Lula está propondo às oposições: “A governabilidade do país é responsabilidade de quem foi eleito para ser o presidente da República”. Disse também que não é daqueles para os quais “quanto pior, melhor” e que vai ajudar em tudo que for bom para o Brasil. Disse que vai continuar fazendo oposição a Lula “porque nós dois não somos iguais”.
ImPunidadeO Ministério Público de Ribeirão Preto apresentou denúncia e pedido de prisão preventiva contra Antônio Palocci, um dos ex-ministros de Lula. Acusa-o de coordenar o superfaturamento na limpeza pública quando era prefeito daquela cidade. O processo vai para o Supremo Tribunal Federal, porque Palocci foi eleito deputado. O MP discorda da decisão, porque esse desaforamento está sendo aplicado fora do prazo da blindagem pela diplomação do eleito. Na verdade a lei diz que o foro privilegiado é só para quem já tenha sido diplomado. Palocci, assim, mais do que imune fica impune.
O AprendizLula agora – a levar-se em conta o que dizia a propaganda do TSE – é empregado de 60 milhões de patrões. Lula garante que já não é mais um aprendiz... Mas pode ouvir dos seus novos chefes um sonoro “Você está demitido”!
Calendário zoopolíticoAno novo: vida nova. Saem de cena vampiros e sanguessugas; 2007 deve ser o ano dos gatos.
NegócioNa política brasileira, negociação é apelido para a compra de adesão. O instrumento de barganha varia de moeda sonante a cargo público. Fique certo, em razão da disposição das câmeras indiscretas, nesta temporada, o cachê pelo voto a favor vai subior de cotação.
DiálogoÉ bom dialogar com Lula. Basta ouvir o que ele diz e fazer o que ele quer.
Filósofo do cotidianoO Gordo Renato - não é figura de ficção - filósofo do cotidiano, tem razão quando diz com pontiaguda ironia: "Hitler não era mau... Ele só não gostava de ser contrariado"!
Chantagem vaziaCom a ameaça de que “o povo saberá entender a má vontade da oposição na hora de aprovar projetos para o bem do Brasil” Lula não vai intimidar, nem aplacar a indisposição daqueles que não pensam como ele no Legislativo, no Judiciário e no Executivo. Se o povo não entendeu o mar de lama em que se banharam mensalistas, vampiros, sanguessugas, cuequeiros, editores de cartilhas, compradores de dossiês, não será pela obstrução de propostas no Congresso Nacional que irá indignar-se agora. Tá nem aí.
Operação tapa-buracoNa hora do aperto, o governo lembrou dos aposentados da aeronáutica. Chamou-os como “tapa-buracos” da greve dos controladores de vôo. E, como grande solução, anunciou que vai abrir concurso para a categoria. Pronto, tá tudo dominado. Inclusive você - que espera sentado nos aeroportos brasileiros.